Piloto da Pro Tork foi pioneira nas pistas de motocross e com sua garra e perseverança abriu portas para que outras também entrassem. Confira a história!
Nesta segunda-feira, 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher e não custa lembrar: lugar de mulher é onde ela quiser. Mariana Balbi é a prova, uma de tantas inspirações que surgem, trabalham, persistem, mudam um cenário, abrem portas para que outras também entrem. No motocross, ela fez história, ou melhor, ainda faz.
Tendo como irmão mais velho Antonio Jorge Balbi Júnior, um dos principais nomes da modalidade no país, ela poderia ter facilmente ficado a sombra. Mas quem a conhece sabe de sua personalidade forte, herdada de toda a família, e uma vez descoberta a paixão pelas duas rodas, foi em busca de seu lugar ao sol.
Início dos anos 2000, um universo completamente masculino, homens com suas motocicletas pesadas e potentes alinhando em um gate para enfrentarem inúmeros obstáculos. Esposas, mães, namoradas, filhas na torcida, cuidando dos motorhomes. E lá ia a mineirinha com seus 15 anos desafiar a todos eles.
Dá para imaginar? Há 22 anos atrás! Ela explica. “No início foi bem complicado. Além da dificuldade de transição do amador para o profissional, tive que lidar com o machismo. Eles jogavam pesado, me chamavam de louca, questionavam minha sexualidade. Os que levavam volta tentavam me jogar no chão para não sofrerem bullying dos amigos. Porém, tudo isso me fortaleceu e com o apoio da minha família nunca desisti. Quando eles viram que eu cheguei para ficar, passaram a me admirar”.
Mari foi a primeira colocada em provas estaduais em meio aos homens já no primeiro ano de carreira. Para subir ao pódio do brasileiro foram precisos dois, mas a vitória veio apenas em 2009. Desde 2006 ela competia e despontava nos Estados Unidos, voltando ao país para uma corrida e outra. Foi então que ela desbancou 38 marmanjos extremamente experientes na categoria MX3.
O gosto da vitória permanece até hoje, assim como os frutos que seu trabalho rendeu. “Por um bom tempo eu fui a única. Uma curiosidade importante é que, enquanto ainda não tinha a classe feminina, eu que negociei com a Confederação para que as mulheres pudessem disputar a MX3, a qual melhor nos encaixávamos. E um ano depois da minha vitória criaram a MXF. Quando eu voltei do exterior, em 2013, consagrei-me campeã nela”, explica.
Mari não é apenas a principal piloto mulher no motocross nacional, ela foi além, atravessou fronteiras. Entre os principais feitos na carreira, um segundo lugar no Women’s Motocross Association (campeonato de motocross feminino mais importante do mundo, nos Estados Unidos) e também foi a única mulher a pontuar e se classificar para o Mundial na história do evento.
Hoje, com 35 anos, ela se orgulha em alinhar num gate só com mulheres, a maioria dez anos mais jovem. “Acho que inspirei muitas delas a iniciarem e sonharem que era possível, sigo com esse propósito de empoderamento. Somos competitivas dentro das pistas, mas trocamos ideia, temos uma relação bem legal. Eu fico contente em ver a evolução do esporte e lembrar que no início era só eu e atualmente tem tantas meninas, é gratificante ter feito parte disso”, afirma.
Para a Pro Tork, maior fabricante de motopeças da América Latina e líder mundial na fabricação de capacetes, é uma honra ter Mariana Balbi em seu time ao longo desses anos, fazer parte de uma história tão bonita de garra e perseverança, que vai além de títulos. Que ela siga sendo exemplo. A marca deseja a todas um feliz Dia das Mulheres!
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